quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Eles não vão nos derrubar NUNCA

Porque nem mortos estamos calados.

Tampouco quando escravizados.


Nossa existência é a própria Revolução!


E por isso nos odeiam! Porque sabem que quem pôde resistir a tudo o que resistimos até hoje, pode derrubar seus privilégios a qualquer momento!


A branquitude é um câncer que banqueteia aos verdadeiros miseráveis!


E nós?

Somos a cura para o nosso povo.

Somos também o veneno para pôr fim ao câncer deles!


Somos sementes ancestrais!


Somos muito mais!


Bob (re) existe em meus Dreads.


Nzinga (re) existe em seus Blacks.


Carolina está nesta poesia!


Luther King dá as mãos a Malcom X em minhas veias todo dia!


Marteluz de Jesus

27923

terça-feira, 7 de junho de 2022

Cupins de metais

Cupins de metais

Comem papel, ferro e ametistas

Se alimentam da fome e da miséria

Necrofagia mesquinha

Se dizem Pop

Se fazem Pop

Mas Pop para eles é pura morte

 

E marcam as tumbas com sinais dourados

Ventilam sonhos desejados

Neblinam os olhos encegueirados

Viciados por eles nas metas imbatíveis dos planos furados

 

Coloniais macabros

Genocidas depravados

Pervertidos desgraçados

 

É...

 

Cupins de metais

Mentem e desmatam cada vez mais

Promovem pseudocrescimento econômico

Agrotoxicamente nos matam lentamente

Dizem ser a salvação da lavoura

Em um circo trágico, nada cômico

Vendem joio e dizem ser trigo

Nos cancerígenam com fertilizantes

Nos sangram com seus créditos

Nos estrangulam com seus cortes

Nos alienam com suas ideologias

Nos entorpecem com nosso próprio suor

 

Cupins de metais

Rolam nas moedas imorais

São vis por demais

E no fim, nos dizem que toda nossa dor não é nada demais...

 

Marteluz de Jesus


quinta-feira, 5 de maio de 2022

Dias de Lutas, dias de Lutos

 

Entre a fé e a esperança

Às vezes a navalha é a distância

Em um fio sutil por onde nos equilibramos

Hora bêbados, hora bailando.

A frustração dói, mas o sonho motiva

E mesmo sem saber em qual lado eu ando

Muitas vezes eu vou

Guiado pelo torpor

Pelo sangue quente

Pelo peito resiliente

Pela mente que mira pra frente

Pelo desejo de ver o melhor para a nossa gente!

 

Tem dia que luto

Tem dia que é luta!

 

Marteluz de Jesus

terça-feira, 5 de abril de 2022

Viva Docência

E vivas à docência

Que seja exaltada a prática que ensina vida

A docência Viva

Que vivendo nos encontros de afetos

Nas janelas dos sorrisos

Nas dilícias dos meninos

Nos sonhos bem vividos

Alimenta esperança pros dias vindos

Pras lutas árduas

Pra dores crônicas que convulsionam a sociedade


É preciso que cada cidadão viva a docência viva

Pra sentir na pele aqueles sorrisos

Pra sentir nos poros o suor

No travesseiro, a preocupação

Na cadeira, os anos de estudo

Na política, o valor policialesco disto tudo...


Então entoemos vivas à docência

Reconhecendo sua decência 

Trabalhando as curas das doenças

Exaltando o brilho

Sem romantizar os grilos

Pois somente com olhos desanuviados de fofocas midiáticas

Superaremos as desgraças

Construiremos pontes de graças

Sorrisos brilhantes

Mentes cantantes

Pessoas empáticas

Historicamente antenadas

Pra ser cura desta sociedade agastada...


Exaltemos a docência

Pois sem ela, nenhuma outra luta valerá a pena!!!


Marteluz de Jesus

PER DIDO

 Anda perdido

Correndo perigo

Não sabe se está com a cabeça presa no pescoço

Ou a prêmio...

 

É o sistema

Confundindo

Corrompendo

Te vendendo a preço do consumismo...

 

Consumismo

Consumindo

Consumado é o fato de que vc tá perdido

Vendido

Rendido

Embaratinado

Coitado

Se acha pardo

 

Pobre alienado

Esvicerado

Virado ao contrário

Não entende mais nada!

 

Reaja

Sua carne há muito é a mais barata

Acorda

Vc não é barata!


Marteluz de Jesus

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Esperanser

Eu vi chegar

A esperança ali na esquina

Ela estava travestida de rima

Na poesia dos encontros coloridos

Nos sorrisos infantis,

Nas brincadeiras de outrora

Na tecnologia de agora

 

Eu vi a esperança linda

E estava vestida de escola

Decolando mente amiga

Debulhando a história

Refletindo o hoje

Nos brilhos incandescentes do corpo discente

Na humildade dedicada do corpo docente

Eu vi a esperança sorrir para o doente

Dizendo com sua tela digital que a identidade é importante

Sacudindo a poeira

Jogando amarelinha

Convidando pra ciranda de energia inconteste

 

Eu vi a esperança gingando

Jogando no ar suas plumas de amor

Pra ser travesseiro de quem quer que for

Alimentando sonhos de esperança

Sementes crioulas

Cacimbas de luz

Vivas energias nas mãos dadas

Antirracistas

Antifascistas

Antisexistas

#ELENÃOELENUNCA

 

Na terra da esperança a vida brinca solta

Do jeito que a faz feliz

Sem ferir ninguém

A esperança vem nas escolas de educações críticas

De proposições libertadoras

Horizontais em sua construção

Horizontais em sua organização

Acolhendo quem chega

Descolonizando pensamento arcaico

Freireano as sementes

Adubando os Fanons

Enramando as Lélias

Com as seivas amefricanas

 

A esperança habita a educação

Enquanto nossas bússolas forem suleadas pelo amor

Solidariedade

Coletividade

Ancestralidade

Pelo Amor pela vida

Pela dignidade de toda e qualquer forma de vida

 

Marteluz de Jesus

O Educar Popular na Raça

 

Educar pela cor dos nossos olhos

Olhos estes que são janelas do mundo

São ainda as portas das nossas paisagens

E nas periferias, elas têm cores bem definidas

Como falar em educação popular sem localizar esta no povo?

Como localizar este povo sem ver sua raça?

Como ver sua raça e não reconhecer seu gênero?

As periferias são zonas marcadas pela negação do que diverge do centro

Centro social e forçadamente caucasiano, rico, hetero, cis, macho

E nas periferias, quem preenche este espaço?

Pra educar o povo tem que ver o povo por ele mesmo

Nós por quem somos

Quebrando os estereótipos

Rompendo com os brancos olhos

Superando as diversas alienações dos nossos povos

Pra entender as potencias e realizações que somos

No fazimento diário da construção da cidade

Da construção do campo

Educação Popular afroindígena

Entendendo nosso lugar nesta

Assumindo a oficialidade da nossa festa

A luz na nossa testa

Reconhecendo os limites próprios ao nosso percurso

Reconhecer a importância de que a questão de classe não é tudo

E assim, a educação popular

Por nascer da/na nossa realidade

Demanda fazer desta, o nosso currículo

O campo e a favela são os nossos livros vivos

Nossas anciãs e anciãos nossos doutores

Nossas vivências revelam muitos dos remédios das nossas dores

Precisamos reconhecer em nossas diferenças as nossas demandas e potencialidades

Fazer educação popular é ter que parir educação a partir da nossa realidade para além da questão de classe

É dentre outras coisas, refletir criticamente as questões que envolvem a construção da raça, do gênero, do território e da sexualidade.

É reconhecer o povo a partir de sua própria história, cultura, saberes e identidades!

 

Marteluz de Jesus