terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O Educar Popular na Raça

 

Educar pela cor dos nossos olhos

Olhos estes que são janelas do mundo

São ainda as portas das nossas paisagens

E nas periferias, elas têm cores bem definidas

Como falar em educação popular sem localizar esta no povo?

Como localizar este povo sem ver sua raça?

Como ver sua raça e não reconhecer seu gênero?

As periferias são zonas marcadas pela negação do que diverge do centro

Centro social e forçadamente caucasiano, rico, hetero, cis, macho

E nas periferias, quem preenche este espaço?

Pra educar o povo tem que ver o povo por ele mesmo

Nós por quem somos

Quebrando os estereótipos

Rompendo com os brancos olhos

Superando as diversas alienações dos nossos povos

Pra entender as potencias e realizações que somos

No fazimento diário da construção da cidade

Da construção do campo

Educação Popular afroindígena

Entendendo nosso lugar nesta

Assumindo a oficialidade da nossa festa

A luz na nossa testa

Reconhecendo os limites próprios ao nosso percurso

Reconhecer a importância de que a questão de classe não é tudo

E assim, a educação popular

Por nascer da/na nossa realidade

Demanda fazer desta, o nosso currículo

O campo e a favela são os nossos livros vivos

Nossas anciãs e anciãos nossos doutores

Nossas vivências revelam muitos dos remédios das nossas dores

Precisamos reconhecer em nossas diferenças as nossas demandas e potencialidades

Fazer educação popular é ter que parir educação a partir da nossa realidade para além da questão de classe

É dentre outras coisas, refletir criticamente as questões que envolvem a construção da raça, do gênero, do território e da sexualidade.

É reconhecer o povo a partir de sua própria história, cultura, saberes e identidades!

 

Marteluz de Jesus

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