Eu não posso cuidar dos olhares das outras pessoas.
Tampouco orientar os seus pensamentos
Considerando ser pretensão se achar a verdade do momento,
Devo operar na minha subjetividade a incerteza por todo o tempo.
Para tudo e cada coisa existem mais de sete bilhões de olhares e
verdades.
Cada um age conforme seu olhos tateiam o mundo
Cada olho busca o que as mentes selecionam por importância.
A importância é dada de acordo com cada experiência vivenciada.
Quem acha algo, acha por que trilhando este caminho vê importância
e sentido nisto e/ou naquilo.
Os dedos apontam o que os olhos enxergam,
Logo, será de sua experiência que surgirão as escolhas e opiniões.
Vendo isto tomo por verdade o que meus caminhos ensinam
Mas meus caminhos são caminhos só meus.
Minhas verdades são só minhas e para mim.
Só meus olhos entendem o que minha boca fala
Minha boca só fala o que meus olhos veem.
Suas verdades, certezas, erros e acertos sempre serão diferentes,
por mais que se aproximem.
E como não posso cuidar dos olhos de outrem, tampouco posso definir
seus pensamentos também,
Cuido dos meus.
A dureza da vida já basta.
A leveza dos meus pensamentos é a pluma que me agrada
Pois se posso operar apenas em minha própria cabeça, que ela busque
a beleza com ternura e compaixão.
Que ela se proteja das dores inevitáveis, buscando as pétalas das
flores e evitando os espinhos, minimizando os acoites.
Não quero dizer com isso que a alienação é o caminho, pois
precisamos perceber a má índole e os maus desejos dos espíritos, sou contra
toda e qualquer alienação.
Precisamos entender o mundo e lapidar nossa percepção.
Mas digo sim, que meu voo depende das minhas asas.
Que entre mergulhar em meio aos tubarões e às piranhas, prefiro estar
com as crianças.
E que preciso cuidar da minha mente pros erros de terceiros não invadir
meu terreiro.
Sou responsável pelo que cativo e quero cativar em mim um olhar
amigo, cuidadoso, sereno e sorriso.
Não posso julgar outros erros, pois os erros estão sempre baseados
em tentativas de acerto.
Precisamos discutir nossas visões e tentar aproximar os olhares
para o que nos afeta e fere ao indivíduo e ao grupo.
Não quero culpar mais inocentes.
Não quero olhar descontextualizado pra ninguém.
Não quero ser régua pra vida de ninguém.
Quero a amorosidade de ajudar a estar bem
A caminhar junto sem infringir dor.
Quero ser mais pura semente
de amor
Cuidando dos meus olhos
E falando com cuidado
Trabalhando minha mente
Ponderando o que acho certo e errado.
Limito-me aos meus pensamentos.
O que pensar dos dos outros?
Marteluz de Jesus